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Medicina do trabalho: entenda sua importância e quais seus objetivos

Seja qual for o tipo de negócio, é essencial entender o que a medicina do trabalho e como aplicar de forma correta no seu dia a dia.

Cada dia que passa, a preocupação com a saúde do trabalhador aumenta. As relações de trabalho estão se modificando, obrigando que tanto a empresa, como o funcionário tenham mais consciência disso.

Em meio a isso, um conceito que está impactando cada vez mais essas pessoas é a medicina do trabalho.

O que é medicina do trabalho?

Medicina do trabalho é um ramo da medicina que tem como finalidade proporcionar a integridade do trabalhador. Essa garantia à saúde pode ser física, psicológica ou afetiva. O responsável por isso é o médico do trabalho, que trabalha de maneira que protege este colaborador contra riscos variados, sejam estes químicos, físicos, biológicos ou ergonômicos.

Essa exposição pode acontecer no local de exercício da função ou até mesmo devido às suas atribuições. O médico do trabalho também é uma garantia que as funções e aptidões são compatíveis com as atividades registradas. Tudo isso funciona com o propósito de oferecer o máximo desenvolvimento a partir do bem-estar mental e físico do colaborador.

Para que o profissional deseje trabalhar com medicina do trabalho, ele deve obter o certificado de residência médica próprio para isso. Este documento deve demonstrar a experiência dessa pessoa e deve ter o reconhecimento da Comissão Nacional da Residência Médica do Ministério da Educação.

O médico do trabalho é uma ponte entre as exigências do mercado trabalho e a saúde do trabalhador como um todo. Então, é essencial que ele tenha um conhecimento amplo sobre as demandas atuais das empresas assim como os limites físicos, psicológicos e emocionais dos funcionários.

Esse conhecimento da rotina da empresa em que atua, assim como o mercado como um todo, permite que haja uma melhor avaliação. Isso permite também que haja a criação de medidas preventivas, ou seja, evitando problemas antes que aconteçam. E vale ressaltar que este profissional vai também alertar a empresa sobre qualquer situação que possa gerar um estresse na saúde física e mental do trabalhador.

A medicina do trabalho é muito importante para as empresas. Entenda melhor isso a seguir e ainda descubra as diversas formas de aplicações presentes neste tipo de ramo da medicina.

A importância da medicina do trabalho

A medicina do trabalho é muito importante para a responsabilidade social da empresa. Isso acontece porque as situações presentes nas relações de trabalho afetam a sociedade, seja de forma direta ou indireta. E ocorre, inclusive, em casos ligados à prevenção de acidentes e manter a saúde dos colaboradores.

Há também a questão do controle de riscos ambientais, relacionado diretamente à regulamentação estabelecida no Ministério do Trabalho e Emprego. Essas normas são obrigatórias para todas as empresas. Essa regulamentação garante que o trabalhador desempenhe suas atividades sem que sua saúde ou qualidade de vida sejam prejudicadas.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 168, obriga o empregador, por sua conta, submeter os colaboradores a realizarem exames médicos. Isso ocorre no ato da admissão, ato de demissão e de maneira periódica para avaliar a saúde do funcionário.

Nestes exames, é possível verificar o estado de saúde inicial do indivíduo e se isso é compatível com o trabalho que é desempenhado. A partir disso, observamos que é essencial refazer essas análises, para fazer a identificação correta de possíveis doenças ocupacionais. Isto, de forma correta, impede a evolução do quadro e, consequentemente, o afastamento do trabalhador por razões de saúde.

Isso significa que toda empresa que admite trabalhadores em seu regime de funcionários está sujeita a seguir essa regra, devendo aplicar as medidas indicadas nas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com isso, as empresas são obrigadas a elaborar e implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). E isso é obrigatório para todas as empresas, assim como as instituições do Estado. Esses negócios devem garantir que todos os seus funcionários estejam em vigilância de saúde, especialmente para pessoas acima de 50 anos.

Agora que sabe a importância da medicina do trabalho, chegou a hora de descobrir suas aplicações práticas. A seguir, você vai entender tudo ligado ao dia a dia da medicina do trabalho, assim como o profissional responsável por isso.

Aplicações reais da medicina do trabalho

Agora que você já sabe tudo sobre isso, chegou a hora de descobrir como é a realidade da medicina do trabalho e o médico responsável por isso.

Começando pela empresa, devemos ter em mente que alguns exames são essenciais tanto para empresas, como para colaboradores. Isso é usado para fazer a prevenção de doenças, que pode trazer vantagens para ambas as partes.

Com o trabalhador ativo e motivado, a produção será melhor, assim como sua performance. Já o trabalhador, vai se sentir bem e ativo para se desenvolver melhor como pessoa.

Seja para empresas como para colaborador, existe a questão da rotatividade na empresa. Um ambiente que não investe na saúde do funcionário, como um todo, sofre mais com a constante contratação de funcionários para um mesmo cargo. E os funcionários que entram para essa função também sofrem com isso.

Saúde não é brincadeira, os exames são realizados com aprovação do funcionário. O profissional deve estar ciente, assim como a empresa que realiza esse trabalho. Caso esse funcionário não compareça no local e data agendada, deverá sofrer penalidades. A medicina do trabalho não só é um benefício como também um direito do trabalhador.

Logo, no momento da contratação, o setor responsável pelo recrutamento deve explicar o que serão os exames realizados assim como apontar os benefícios em realizá-los.

Existem alguns exames obrigatórios para todas as empresas.

E são:

  • Exame admissional: Trata-se de uma avaliação realizada por um médico especializado em medicina do trabalho. É como se fosse uma entrevista, na qual o médico pergunta alguns pontos relacionados ao histórico de cirurgias e doenças. Um exame de visão e de pressão arterial são realizados nessa consulta. Caso seja necessário, este médico pode solicitar exames complementares de acordo com a função a ser executada.

No final disso, o médico emite o Atestado Médico de Capacidade Funcional, afirmando que o funcionário está apto a realizar as atividades na empresa. Deve ser feito antes da carteira de trabalho ser assinada.

  • Exame demissional: É semelhante ao exame admissional. São exames simples, e assim como o exame anterior, o médico pode solicitar exames complementares. Trata-se de um exame obrigatório, exceto em casos nos quais o trabalhador tenha a demissão por justa causa.

Esta avaliação deve ser realizada antes da demissão do funcionário. Isso é necessário para que ele seja atestado de que está em plenas condições emocionais e físicas para desempenhar outras atividades em uma nova empresa. Caso o médico acredite que o trabalhador não está saudável, é necessário realizar o tratamento indicado. Somente após estar curado o colaborador pode ser demitido da empresa.

  • Exame periódico: São feitos para atestar a capacidade do trabalhador de continuar o trabalho dentro da empresa. Este tipo de avaliação serve para ver os fatores de riscos, podendo ser químicos, biológicos ou ergonômicos.

Os exames periódicos servem para identificar a necessidade do trabalhador de fazer algum tratamento relacionado ao trabalho contínuo de forma antecipada.

Os exames periódicos devem ser feitos com certa constância, podendo ser semestrais, anuais ou bienais. A periodização depende do fator de risco que a atividade oferece ao funcionário.

Agora que você já sabe as principais aplicações da medicina do trabalho, chegou a hora de observar as áreas de atuação do médico do trabalho. Há diversas maneiras que esses profissionais podem atuar. Porém, independentemente de qual seja, o médico deve compreender os aparelhos e materiais necessários para desempenhar a sua atividade da melhor forma.

O profissional deve conhecer aspectos:

  • Demográficos;
  • Históricos;
  • Tecnológicos;
  • Políticos;
  • Sociológicos.

Esses conhecimentos variados possibilitam que o médico crie atestados com mais qualidade e confiança.

Ele pode atuar em diversas áreas para diversas finalidades. E são:

  • Empresas: Com especialização em engenharia de segurança e medicina do trabalho, é capaz de aplicar conceitos práticos nas empresas;
  • Rede Pública: Desenvolver ações a serem realizadas na prática em serviço da saúde;
    Assessorias e sindicatos;
  • Pesquisas investigativas: Estuda e compreende as relações entre a saúde e o trabalho;
  • Perito judicial;
  • Consultório Privado.

O médico do trabalho deve cumprir a legislação de 22 de fevereiro de 1998 (Resolução 1.488/98).

Para realizar o seu trabalho, estes profissionais devem ter as competências mínimas como:

  • Avaliação do histórico de saúde do trabalhador;
  • Identificação dos sintomas de exposições, para as diferentes atividades exigidas pela empresa;
  • Conhecimento sobre os métodos e ferramentas, para realizar um diagnóstico mais assertivo do trabalhador;
  • Promover a reabilitação física e mental do colaborador;
  • Realização de todos os exames previstos na legislação do trabalho;
  • Diagnóstico e indicação de tratamento para as principais doenças;
  • Realização dos atendimentos de emergência;
  • Desenvolvimento de maneiras educativas, para conscientizar a empresa e o colaborador sobre a importância de cuidar da saúde;
  • Avaliação das condições de trabalho, assim como promover a melhoria necessária aos gestores;
  • Gerenciamento das informações estatísticas relacionadas tanto a mortalidade, como para a morbidade.

Em conjunto com outros profissionais, o médico do trabalho deve:

  • Diminuir os riscos de acidentes de trabalho;
  • Gerar um ambiente com mais ergonômico;
  • Diminuir os índices de doenças ocupacionais;
  • Desenvolver um ambiente mais estável, com condições físicas e psicológicas de trabalho mais propícias;
  • Melhora na organização da empresa através da elaboração de planos de riscos;
  • Redução nos gastos com pagamento de multas, indenizações e ações trabalhistas;
  • Melhora na qualidade de vida no ambiente de trabalho.

Por esses e outros motivos, é que, geralmente, as empresas devem ter uma relação constante com a medicina do trabalho. Porém, nem todas possuem uma área interna voltada para a medicina do trabalho. Uma solução adotada por muitas empresas atualmente, é investir em parcerias. Uma empresa parceira realiza o convênio, no qual qualquer questão relacionada aos funcionários daquele negócio vai ser feito por aquela empresa.

A medicina do trabalho é regulamentada pelo Ministério do Trabalho. Isso significa que as empresas devem obrigatoriamente investir nisso, tanto para o bem-estar e performance dos colaboradores, como também para evitar problemas na legislação trabalhista.

Para isso, a medicina ocupacional é uma forma que cada vez mais empresas estão investindo na cultura da empresa. Todos os membros devem cuidar de suas saúdes, tanto na parte física, como também a emocional e psicológica. Não ter a base da medicina ocupacional na rotina da empresa, pode gerar muitas complicações jurídicas. E nesse caso existem penalidades mais brandas ou outras mais sérias, sendo acompanhadas por muitas multas e outros estresses para os gestores.

As ações do médico do trabalho são guiadas pelas seguintes Normas Regulamentadoras:

  • NR5 (formação da CIPA);
  • NR6 (regulamentação do uso de EPIs);
  • NR7 (regulamenta o PCMSO);
  • NR9 (regulamenta o PPRA);
  • NR17 (regulamenta a análise ergonômica).

Em meio a tudo isso, um ponto que está se desenvolvendo nas empresas é a terapia ocupacional. Trata-se de uma área dentro da medicina do trabalho, responsável por prevenir, tratar e reabilitar problemas de saúde ocasionados pelas atividades desempenhadas por essas pessoas.

Essas alterações na saúde do funcionário podem ser afetivas, perceptivas, psicomotoras ou cognitivas.

Para fazer a terapia ocupacional, o profissional deve possuir registro no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito), com formação acadêmica na área de Fisioterapia. O médico deve ainda ter habilitação para desempenhar essas funções.

Trata-se de um complemento, no qual muitas empresas observam os benefícios disso. A medicina do trabalho e a terapia ocupacional devem ser trabalhadas juntas, como uma prevenção mais assertiva e evitar problemas no futuro.

Mesmo em meio a tantas mudanças no mercado de trabalho, uma questão que deve se manter intacta é a medicina do trabalho. Essa é a garantia que o trabalhador e a empresa possuem, para ter uma relação mais duradoura e com resultados. Seja qual for o tipo de negócio que você tenha, invista nisso para que a sua empresa se desenvolva. E lembre-se que existem opções que facilitam a parte ocupacional, tanto para os colaboradores, como também para as empresas. Encontre a melhor de acordo com as necessidades do seu negócio.