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Entenda a Norma da Ergonomia

O termo ergonomia vem sendo cada vez mais utilizado no mundo corporativo. Muitas empresas já perceberam que implantar a ergonomia no ambiente de trabalho é uma verdadeira estratégia para aumentar a produtividade e alcançar melhores resultados.

A palavra ergonomia origina-se dos termos grego “ergon” que significa “trabalho” e “nomos”, que significa “regras ou normas”. Portanto, é a ciência que busca compreender o ambiente de trabalho, o perfil dos colaboradores e o tipo de atividade exercida para traçar as condições adequadas para execução das tarefas laborais. Dessa forma, o ambiente de trabalho terá as condições adequadas para que o funcionário desempenhe suas funções com saúde e segurança. E assim, consequentemente, haverá uma maior produtividade. Além disso, através da implantação da ergonomia a empresa estará cumprindo a lei, pois existe uma norma específica exigida e fiscalizada pelo Ministério do Trabalho.

Quer saber mais sobre a chamada norma da ergonomia? Acompanhe neste artigo.

Qual é a norma da ergonomia?  

A norma regulamentadora número 17, ou apenas NR-17, é considerada a norma da ergonomia. Depois de um aumento exorbitante no número de casos de doenças ocupacionais no país, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) percebeu a relação dessa alta incidência com a falta de condições adequadas no ambiente de trabalho.  E assim, em conjunto com entidades trabalhistas, criou a NR-17.

A fundamentação legal da norma compreende os artigos 198 e 199 da Consolidação das Leis Trabalhistas ou CLT. Esta norma diz que as empresas devem estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

Quais são os objetivos?

A norma tem como objetivo principal, assegurar que o trabalhador tenha as condições necessárias e adequadas a execução de suas tarefas. Assim, o ambiente de trabalho se torna seguro, confortável e contribui para a prevenção de doenças ocupacionais como por exemplo a DORT e distúrbios psicológicos (estresse, depressão e ansiedade).

O que diz a norma? Quais são as exigências?

A NR-17 exige que o empregador faça uma análise ergonômica do trabalho (AET). Ela tem a finalidade de analisar os riscos ergonômicos do posto de trabalho e propor soluções ergonômicas no intuito de reduzir ou extinguir o risco existente, propiciando uma melhor realização das tarefas laborais e melhor condição do ambiente de trabalho ao colaborador.

A AET deve conter aspectos que descrevam as condições de trabalho nas seguintes atividades e nos seguintes aspectos:

  • Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;
  • Mobiliário dos postos de trabalho;
  • Equipamentos dos postos de trabalho;
  • Condições ambientais de trabalho;
  • Organização do trabalho.

A NR-17 conta com dois anexos que tratam de áreas de trabalho específicas:

  • Anexo I: trabalho dos operadores de checkout
  • Anexo II: trabalho em teleatendimento/telemarketing

Implementação da norma: vantagens para a empresa e para o colaborador

A ergonomia proporciona benefícios não só para o colaborador, mas também para a empresa. Um ambiente de trabalho adequado ao desempenho das atividades, oferece não só mais conforto e segurança ao colaborador, mas também o torna mais apto a produzir. A especialista na área de ergonomia, Sylvia Volpi, diz que:

“a ergonomia visa a enriquecer o conceito de produtividade conjugado aos conceitos de eficácia, bem-estar e qualidade”.

Ela considera que a implantação da ergonomia no ambiente corporativo reduz a penosidade do ser humano, no intuito de sua melhor adaptação do mesmo ao trabalho e à racionalização do sistema produtivo. Surgindo então, naturalmente como consequência de todo este processo a tão almejada: produtividade.

Implantar a ergonomia no ambiente de trabalho é um processo que vai além do atendimento da NR-17. É um verdadeiro investimento. É uma área que possui um bom índice de ROI (Return On Investment). Este é um indicativo econômico que representa a relação entre o retorno e o capital investido em um projeto ou ação.

O especialista em ergonomia e qualidade de vida, Osny Orselli, considera que seguir a norma e proporcionar a ergonomia aos colaboradores é na realidade um grande investimento. Ele afirma:

“Talvez pouca gente saiba que ser uma organização sustentável, hoje em dia cada vez mais exigida por Lei, pela sociedade, pelos parceiros, pelos fornecedores e pelos clientes, é bom, não custa caro e dá lucro! Na realidade a ideia de investir (e não gastar) em mecanismos de saúde, preservação ambiental, preservação de segurança, cuidado social e recursos humanos como um todo, vem dos norte-americanos que “descobriram” que investir em gente dá retorno, dá lucro ou aumenta os lucros. ”

O colaborador ganha com bem-estar corporativo e a empresa em produtividade, lucratividade, diminuição dos índices de doenças ocupacionais, absenteísmo e gastos com afastamentos médicos. A corporação trabalha ainda sua imagem perante a sociedade, clientes e funcionários, demonstrando que cuida e se importa com sua equipe. Isto gera assim, mais satisfação e motivação para as equipes.

Conclusão

Investir em ergonomia significa proporcionar boas condições de trabalho, cuidando da saúde e da segurança do colaborador. Um funcionário que usufrui destes benefícios terá maior disposição e ânimo para desempenhar suas atividades e assim, a relação com o trabalho torna-se mais agradável e confortável.

A NR-17 é mais do que uma exigência legal, é na verdade uma excelente ferramenta para gestão de pessoas. O cumprimento da norma possibilita o aumento de desempenho, a melhora na prestação de serviços ou na qualidade dos produtos, maior rapidez e eficiência para a organização, além de uma diminuição da probabilidade de erros e faltas. Com a redução do absenteísmo, os gestores ainda reduzem os gastos médicos e com afastamentos. Afinal, o adoecimento e a insatisfação no ambiente de trabalho elevam o absenteísmo. E esse, por sua vez, é um grande sabotador da produtividade, da motivação e da satisfação dos funcionários.

E é por isto que 67% dos empregadores pretendem ampliar seus investimentos em programas de bem-estar ao longo dos próximos três a cinco anos, de acordo com uma pesquisa da Fidelity National Business Group on Health. As empresas já estão percebendo que a ergonomia, a qualidade de vida e a promoção da saúde são investimentos fundamentais e que trazem retornos comprovados para a empresa.